Como o autoritarismo, o populismo e o socialismo destruíram a Venezuela

▶️ Venezuela no passado

Não faz muito tempo que a Venezuela era uma democracia relativamente estável e com uma das economias mais ricas da América Latina. O país, que tem as maiores reservas de petróleo do mundo, teve em 1977 o mesmo nível de renda da Nova Zelândia e do Japão. Apenas 6% dos venezuelanos vivia em pobreza extrema à época.

▶️ Venezuela Hoje

Hoje, a Venezuela tem nível de renda comparável ao de países pobres da África Subsaariana. Mais da metade da população vive em pobreza extrema e em insegurança alimentar. O país, que enfrenta uma hiperinflação, passa por uma grande escassez de medicamentos. Nos últimos anos, a mortalidade infantil chegou a níveis superiores aos de duas décadas atrás.

▶️ Da riqueza à crise humanitária

A Venezuela, de nação rica para os padrões da América Latina, se tornou uma tragédia humanitária. Tentando fugir desse caos, mais de 5 milhões de venezuelanos já deixaram o país nos últimos anos, no que se tornou a maior crise migratória do continente.

A pergunta é inevitável: como um país que já foi tão rico conseguiu se tornar tão pobre em algumas décadas?
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▶️ Instituições fracas e a maldição dos recursos naturais

A Venezuela é um dos grandes exemplos de como a baixa qualidade institucional pode transformar uma benção de recursos naturais em maldição. As abundantes reservas de petróleo do país garantiram, por muito tempo, uma fonte fácil de receitas nas mãos do governo. Isso minou os incentivos para a melhora na qualidade da educação e para reformas que aumentassem a produtividade. Por isso, desde a década de 60, a produtividade na Venezuela praticamente não cresceu.

▶️ Ascensão de Chávez e do projeto autoritário

Com a eleição do socialista Hugo Chávez, em 1998, o país embarcou em um projeto autoritário. A suprema corte venezuelana foi aparelhada para concentrar mais poder no presidente e os críticos ao regime passaram a sofrer intimidações e ameaças. A imprensa foi controlada, instituindo-se multas a discursos indesejados ao regime e permitindo a suspensão arbitrária de canais de TV, emissoras de rádio e sites. Em 2012, a Venezuela saiu da Convenção Americana de Direitos Humanos, o que dificultou ainda mais o monitoramento internacional das violações a direitos básicos no país.

▶️ Populismo

Junto com o autoritarismo veio o populismo. Na década de 2000, com a alta nos preços do petróleo, ao invés de usar as receitas extraordinárias em investimentos, a Venezuela expandiu os gastos públicos. Faltou investimento até na estatal produtora de petróleo, a PDVSA, que viu sua produção declinar ao longo dos anos. O populismo se estendeu à gestão da moeda, que começou a se expandir sem controle e aumentar a inflação.

▶️ Atacando os problemas pelos sintomas

Para tentar controlar os preços, ao invés de reduzir os gastos e ser responsável com a emissão de moeda, a Venezuela decidiu tentar controlar o câmbio. Para isso, vendeu suas reservas de moeda estrangeira e se endividou no exterior. Quando a torneira do crédito externo se fechou, o país começou a tentar controlar os preços diretamente, através da coerção e da expropriação.

▶️ Rumo ao colapso

Como era de se esperar, o resultado foi o colapso da economia venezuelana. O controle artificial do câmbio levou o país ao calote com o exterior, impossibilitando a importação de insumos e produtos essenciais. Os controles de preços criaram escassez, fazendo implodir a produção e faltar produtos nas prateleiras. Com isso, a inflação disparou para 130000% ao ano, corroendo o poder de compra da população.

Além de todos os problemas sociais e humanitários, hoje, a Venezuela não é mais sequer uma grande produtora de petróleo, estando atrás da Colômbia e do Equador. Este é um experimento vivo da destruição que o autoritarismo, o socialismo e o populismo podem fazer com um país.

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